A área de tecnologia costuma ser dominada por homens, mas, pouco a pouco esse cenário vai mudando. Em 2020, de todas as vagas desse segmento na plataforma digital de recursos humanos da Revelo, 12,2% foram ocupadas por mulheres. Esse número era de 10,9% em 2017 – o aumento foi pequeno? Foi, mas já é um avanço.
Justamente por isso, aqui no EUGENIO fazemos questão de trazer histórias inspiradoras de mulheres na Tecnologia. Já falamos mais sobre a Jade Lessa, analista de software, aqui nesse post e sobre a Vivian Heinrichs, gerente de produto, nesse outro conteúdo.
Hoje, queremos contar um pouco mais sobre a história da Rafaela Mancilha, gerente de Tecnologia com foco em Internet das Coisas.
Nem sempre a formação é em Tecnologia
A Rafa, como a chamamos aqui no time de EUGENIO, é formada em Engenharia Elétrica, com ênfase em Telecomunicações, sabiam? Nem sempre, para atuar com TI, você precisa ser formado em algum curso muito focado na área. Ela começou a carreira na área de Gerência de Redes e Sistemas, onde já foi desafiada a conhecer um mundo ligado a Software até antes pouco explorado em sua formação, migrou para o time de pré-vendas de Software, quando este foi criado e, quando se viu trabalhando com Transformação Digital, encontrou sua vocação.
O que mais chamou a atenção da Rafa foi como é preciso ter uma visão sistêmica e, ao mesmo tempo, bastante abrangente para lidar com desenvolvimento de softwares e aplicações. E, além disso, com as mudanças constantes causadas pela Transformação Digital dentro das empresas, especialmente quando o assunto é Internet das Coisas.
Tecnologia e processos, a combinação perfeita
A Rafa reforça que, para atuar com IoT, ser capaz de trabalhar com a integração em diferentes camadas, com um olhar sistêmico é requisito básico. “Ao mesmo tempo, é preciso ter uma abordagem inovadora do ponto de vista da tecnologia. Especialmente para conseguir acompanhar mudanças e avanços tão rápidos e em diferentes frentes”, completa.
Confira aqui nosso bate papo.
EUGENIO: Quais os principais desafios de trabalhar com tecnologia?
Rafaela Mancilha: Com certeza, conseguir se manter atualizada. Você precisa buscar e entender o que está sendo feito nos mais diferentes mercados e em outros países, para desenvolver projetos que acompanhem esse ritmo frenético. Além de, claro, conseguir tirar as ideias do papel, o que depende muito da habilidade de entender as demandas de negócios, os processos envolvidos, além da tecnologia, e conseguir tangilibilizar tudo isso.
EUGENIO: E quais os principais desafios de ser uma líder nesse mercado?
Rafaela Mancilha: Quando nos propomos a inovar, sempre estamos sujeitos ao erro, isso faz parte do processo e gera muito aprendizado o tempo todo. Ensinar e, ao mesmo tempo, conseguir lidar com o erro e corrigir a rota de forma rápida e prática sem abalar a motivação da equipe é um verdadeiro desafio. Manter a resiliência em todas as situações e fazer com que as pessoas consigam ser resilientes também é uma busca constante e que traz muitas recompensas no final do dia.
EUGENIO: O que você mais gosta sobre Internet das Coisas?
Rafaela Mancilha: Gosto de poder trabalhar com uma tecnologia que, pouco a pouco, está entrando nas casas e na rotina de trabalho das pessoas. É muito legal ver como projetos de IoT são capazes de facilitar e simplificar o dia a dia. Essa tecnologia realmente impacta na transformação dos negócios e na sociedade como um todo. e poder contribuir com esta transformação que impacta a vida das pessoas é o que me inspira e move.
EUGENIO: IoT realmente transforma. Então, na sua opinião, qual é o maior impedimento das empresas quando o assunto é Internet das Coisas?
Rafaela Mancilha: Acredito que a questão cultural ainda é uma barreira a ser superada. Existe uma vontade latente de fazer coisas diferentes, mas, ao mesmo tempo, de manter tudo como está. A forma como as empresas compram, constroem, testam, implementam soluções tecnológicas muda com IoT. Não estamos mais falando de produtos “de prateleira”, prontos. Estamos falando de soluções complexas, com camadas diversas, construídas a 2, 4, 6 mãos, e que necessitam da interação entre áreas, que antes não se comunicavam para funcionar. Soluções que podem ter a melhor base tecnológica e ainda assim não resolver os problemas endereçados se não tiver uma adequação de processos ou uma mudança de como as pessoas trabalham com aquilo.
EUGENIO: Quais conselhos você daria para alguém que pensa em trabalhar com IoT?
Rafaela Mancilha: Estude muito e foque em se manter atualizado sobre as novidades. É preciso ser persistente e não se deixar frustrar pela falta de resultados imediatos – nem sempre eles são mensuráveis no curto prazo, mas, tenha certeza de que eles aparecem com o tempo. Errar faz parte do processo de inovação e o segredo é saber corrigir esses erros rapidamente e tentar de novo… Até dar certo!
EUGENIO: Você indica algum livro para quem que saber mais sobre IoT?
Rafaela Mancilha: “The Internet of Things Myths” é um livro que fala sobre os pontos que contribuíram para que muitas tendências projetadas para IoT não acontecessem. O que é bastante curioso porque os autores trazem uma análise completa do porquê as coisas deram errado até aqui e não o contrário. Eles refletem bastante sobre o que não fazer em relação às demandas de IoT e, consequentemente, dão uma direção sobre o que é preciso ser feito para que as coisas evoluam. Um ponto de vista diferente e muito interessante sobre as coisas vistas e vivenciadas no dia a dia de quem trabalha com inovação.